CASSI: O CAFÉ, O BOLETO E A CONFISSÃO DE DÍVIDA

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CASSI: O CAFÉ, O BOLETO E A CONFISSÃO DE DÍVIDA
Ailton Ferreira Cavalcante

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Este artigo é de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da associação e seus órgãos executivos e deliberativos.

CASSI: O CAFÉ, O BOLETO E A CONFISSÃO DE DÍVIDA

Senhoras e senhores, membros da confraria dos ex-bancários, aposentados e demais vítimas de boletos inesperados, permitam-me apresentar o novo espetáculo do circo jurídico-financeiro brasileiro: “O Termo de Confissão de Dívida da CASSI”.

Imaginem a cena: você, cidadão honrado, trabalhou 30, 40 anos, pagou religiosamente sua contribuição, dormia tranquilo achando que estava tudo certo. Mas um belo dia, entre um café e um boleto, descobre que deve uma quantia astronômica à CASSI. Como assim, devo? Devo quando? Devo por quê?

Eis que surge a solução mágica! A CASSI, essa entidade benevolente, magnânima, generosa como um banco cobrando taxa de manutenção de conta inativa, oferece um Pacto de Fidelidade Eterna, popularmente conhecido como Termo de Confissão de Dívida.

Assinar um termo confessando uma dívida que você nem sabia que existia é como chegar em casa e descobrir um desconhecido no sofá dizendo:
— “Parabéns, você me deve R$ 50 mil! Assina aqui!”
E você, confuso, pergunta:
— “Mas eu nunca te vi na vida!”
— “Sim, mas eu fiz umas contas aqui e descobri que você me deve.”
— “Que contas?”
— “Segredo! Mas confia. Assina logo, que eu te deixo pagar parcelado.”

E o mais bonito de tudo: a assinatura do termo torna a dívida inquestionável! Antes, você tinha pelo menos o direito de perguntar “De onde tiraram esse número?”. Depois de assinar, a resposta passa a ser:
— “Agora é tarde, meu chapa. Reconheceu a dívida? Então paga!”

A essa altura, a gente precisa fazer uma pausa para refletir: o que virá depois?
•Um Termo de Confissão de Débito por um sanduíche que você comprou na lanchonete do banco nos anos 90 e esqueceu de pagar?
•Um reconhecimento formal de que o erro de cálculo na sua aposentadoria era culpa sua desde o início?
•Ou quem sabe um contrato de servidão vitalícia para garantir que o déficit nunca mais incomode a entidade e seus gestores iluminados?

E o mais curioso: a tal “dívida” nasceu de um erro da própria CASSI. Sim! Eles calcularam mal, cobraram errado, fizeram contas criativas (talvez inspiradas em algum curso de “contabilidade ficcional” patrocinado pelo Banco do Brasil), e agora jogam a bomba no colo dos aposentados. E quem quiser pagar precisa assinar um documento se comprometendo oficialmente a não reclamar nunca mais.

É genial! Se você não assinar, eles continuam te cobrando. Se assinar, você concorda que a cobrança é justa e perde o direito de questionar. Em ambos os cenários, quem ganha? Eles! Isso não é um termo de confissão de dívida, é um contrato de rendição incondicional.

Então, caros colegas de jornada bancária, a lição que fica é simples:
•O próximo passo da CASSI será pedir que você assine um documento confessando que gostava de fila de caixa na agência.
•Ou que jura que amava o sistema interno que travava no meio da transação.
•Ou, quem sabe, um termo garantindo que nunca mais vai questionar nada, apenas sorrir e pagar, como manda o figurino.

Por isso, antes de assinar, pense bem. Respire fundo. Leia as letras miúdas. E, se possível, exija algo em troca. Talvez um cafezinho grátis. Mas cuidado, pode vir com um Termo de Confissão de Consumo Acidental de Café!


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